Doctor Who e o mistério Billie Piper: regeneração, Interface ou algo inédito?
1. Uma nova regeneração
Essa é talvez a possibilidade mais óbvia, mas nem por isso deve deixar de ser citada. Após a famosa cena de regeneração do 15º Doutor, nos minutos finais de A Guerra da Realidade, vimos Billie Piper sendo “revelada” como uma nova regeneração. As aspas são fundamentais nesse caso, já que, segundos após essa cena, a atriz não foi creditada como A Doutora, assim como Ncuti Gatwa e Jodie Whittaker que participaram do episódio.
De qualquer modo, considerando que Russell T Davies esteja realmente planejando utilizar a atriz como protagonista da série, fica então a expectativa para que mais histórias diferenciadas e criativas sejam escritas, assim como ocorreu nesta temporada com A História e o Motor, que contou com um roteirista novo escrevendo um excelente episódio.
Se essa nova Doutora for presenteada com bons roteiros e uma direção de qualidade, é provável que vejamos uma fase empolgante da série — e, quem sabe, sem os mesmos erros do passado cometidos na era da 13ª Doutora.
A questão é que essa possível 16ª Doutora pode passar por um processo semelhante ao vivido pelo 12º Doutor (Peter Capaldi), quando o rosto escolhido remetia a uma pessoa que o 10º Doutor havia salvo. Nesse caso, seria preciso trabalhar a ideia de forma criativa e impactante, sem parecer repetitiva — o que, por si só, já é bastante difícil.
2. O “retorno” da Interface do Momento
Considerando a decisão do 15º Doutor de usar sua energia de regeneração na TARDIS para salvar Poppy — e ligando isso aos acontecimentos finais de The Parting of the Ways, quando Rose absorveu o vórtice da TARDIS — surge a possibilidade de unir esses dois momentos e criar uma nova premissa nos moldes da "Garota Impossível" Clara Oswald. Ou seja, naquele final da primeira temporada da Era moderna (2005), Rose Tyler não apenas teria espalhado as palavras Bad Wolf pelo tempo, como também pode ter criado ecos de si mesma — consciente ou inconscientemente.
Nesse contexto, a personagem que vimos em The Day of the Doctor não seria apenas a Interface do Momento, mas um eco da própria Rose Tyler, retornando à vida do Doutor mais uma vez e talvez assumindo um papel de companion, mesmo que por um breve período ao lado do 14º Doutor (David Tennant) que ainda está na Terra.
O lado negativo seria, basicamente, reciclar a mesma ideia dos especiais de 60 anos, com o 14º Doutor e Donna Noble (Catherine Tate) retomando diretamente elementos da primeira fase de Russell T Davies como showrunner. Por outro lado, isso poderia abrir a possibilidade para resolver de alguma forma a questão da bi-regeneração, ainda deixada em aberto.
3. Rose Tyler, mas não aquela que conhecemos
A aparição de Billie pode não ser nem Doutora, nem Interface, mas ainda assim ser uma Rose vinda de um universo paralelo que não viveu os mesmos eventos da companion que conhecemos. Isso já tem precedentes na série: desde os episódios Rise of the Cybermen e The Age of Steel (S2E5 e 6), até o arco Inferno, da era clássica.
Se esse for o caminho escolhido, já haveria uma explicação para o retorno de um rosto familiar, ao mesmo tempo em que se apresenta uma versão diferente da Rose Tyler original. Caso essa Rose alternativa se torne companion de uma nova Doutora ou Doutor, abre-se a possibilidade de explorar o multiverso em uma jornada onde a dupla tentaria entender o porquê de estarem juntos — e, quem sabe, descobrir que o encontro não foi coincidência.
Inclusive, essa seria uma excelente oportunidade para resolver, de forma definitiva, o polêmico e ainda pendente mistério da Criança Atemporal — caso o universo encontrado por essa nova encarnação seja o verdadeiro lar de onde o Doutor teria vindo.
4. Resgatando o Efeito "Clyde Langer"
Essa última teoria se inspira no episódio Death of the Doctor, do spin-off The Sarah Jane Adventures, em que Clyde Langer (Daniel Anthony) e o 11º Doutor (Matt Smith) trocam de lugar no espaço devido a um vínculo criado entre ele e a energia da TARDIS — consequência de outra trama envolvendo o 10º Doutor em temporadas anteriores da mesma série.
Considerando que esse derivado também foi criado por Russell T Davies, não seria surpresa se, no momento da regeneração do 15º Doutor, houvesse uma troca de corpos através do tempo e espaço. Essa troca poderia ter ocorrido com a Rose Tyler que conhecemos desde 2005, com uma versão de outra realidade ou, ainda, com uma regeneração alternativa do Doutor — de um universo em que ele nunca conheceu a Rose, mas que, por algum motivo, assumiu o rosto dela.
Enquanto isso….
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