Um olhar sobre Arc of Infinity e o futuro (incerto) de um vilão icônico

 O retorno de Omega em uma trama que mistura conspiração, reencontros e legado



Diferente do Mestre e dos Daleks, vilões como o Omega não apareceram com tanta frequência na Era Clássica de Doctor Who. Isso não muda o fato de que o Senhor do Tempo tenha deixado sua marca na série e se tornado um personagem tão popular e querido entre os fãs. Com isso em mente, quem já teve a oportunidade de conhecer seu primeiro encontro com o Doutor em The Three Doctors vai querer saber como se deu o segundo embate dele com outra regeneração do Doutor em Arc of Infinity.

Em Gallifrey, alguém do Alto Conselho dos Senhores do Tempo está cometendo um ato de traição: transmitindo os dados biológicos do Doutor da Matriz para um misterioso ser de antimatéria. Na Terra, dois rapazes mochileiros em Amsterdã passam a noite dormindo em uma cripta, onde são atacados por uma criatura alienígena sob o controle do mesmo ser de antimatéria.

Escrito por Johnny Byrne, Arc of Infinity foi um arco de episódios dividido em quatro partes e foi responsável por acrescentar mais um capítulo na história desse famoso antagonista da série. Na trama, o 5º Doutor (Peter Davison) viajava tendo apenas Nyssa (Sarah Sutton) como companion, fazendo manutenções na TARDIS sem maiores preocupações. Tudo muda quando ele é convocado para voltar imediatamente para seu planeta, o que gera desconfiança e suspeitas, principalmente por conta do motivo.

Enquanto isso, em Amsterdã, Holanda, a trama vai se desenrolando como parte dos planos do misterioso ser de antimatéria. É interessante essa alternância de cenários que permite mostrar a genialidade do plano, que está sendo executado tanto na Terra quanto em Gallifrey. Outro ponto de destaque é como esse cenário ganha mais importância com o retorno de Tegan (Janet Fielding) para Doctor Who.

Sobre o alardeado ser misterioso, vale a ressalva de que o roteiro é bem-sucedido ao manter o mistério, revelando sua identidade como Omega (Ian Collier) no momento certo. Contribui para isso o fato de o ator responsável pela voz ser outro, já que Stephen Thorne não retornou após The Three Doctors.

Além disso, outro aspecto positivo de Arc of Infinity é como Omega vai além de um ser que nunca teve um rosto por conta dos experimentos enquanto criava os mecanismos que possibilitaram a viagem no tempo para a sociedade dos Senhores do Tempo. Isso ocorre quando ele cria um novo corpo físico usando os dados biológicos do 5º Doutor, o que o permite agir na Terra, causando problemas e ameaçando a todos. Nesse sentido, vale destacar a atuação de Peter Davison em dar vida, mesmo que por breves minutos, a essa faceta do vilão.



Falando em atores fazendo diferentes papéis em Doctor Who, esse arco de episódios reserva uma curiosidade especial relacionada a isso. Esse é o caso do ator Colin Baker, que interpretou o Comandante Maxil mais de um ano antes de se tornar o 6º Doutor. Além dele, temos o ator Michael Gough, interpretando Hedin, um “amigo” do Doutor e membro do Alto Conselho dos Senhores do Tempo, anos depois de ter vivido o Toymaker no arco The Celestial Toyroom (1966). Fora da série, Gough também é conhecido por interpretar o mordomo Alfred em quatro filmes do Batman entre 1989 e 1997, marcando presença nas fases dirigidas por Tim Burton e Joel Schumacher.

Enfim, após o retorno desastroso de Omega na segunda temporada de Doctor Who pelo Disney+, fica o consolo de que, pelo menos nas breves participações do vilão na série, ele foi bem aproveitado, desenvolvido e trabalhado. Uma pena que tudo isso não tenha servido de lição como deveria para Russell T. Davies.

Assista ao trailer:

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