De volta para o futuro e o caminho até Doctor Who
Nesta semana, o primeiro capítulo da trilogia De Volta para o Futuro completou 40 anos desde sua estreia nos cinemas. Considerando que se trata de um verdadeiro ícone da cultura pop, com a viagem no tempo como elemento central da narrativa, vale a pena revisitar o filme que despertou em mim o interesse pela ficção científica — e que acabou me levando até o universo de Doctor Who.
Dirigido por Robert Zemeckis, o filme de 1985 conquistou uma geração de fãs ao redor do mundo ao apresentar uma história empolgante sobre um cientista excêntrico, o Doutor Emmet Brown, e seu amigo adolescente, Marty McFly. Na trama, Marty viaja acidentalmente para o ano de 1955, onde precisa garantir sua própria existência ao convencer seus pais a se apaixonarem, já que sua chegada inesperada ao passado acaba alterando o modo como o casal originalmente se conheceu.
Curiosamente, algo parecido acontece no episódio "Father’s Day", o oitavo da primeira temporada da era moderna de Doctor Who. Nele, a companion Rose salva propositalmente seu pai da morte no dia do casamento dele, criando uma ruptura no tempo com consequências emocionais e catastróficas.
Outro ponto de conexão entre De Volta para o Futuro e Doctor Who está na importância do companion — neste caso, Marty. Ele não é um grande cientista, nem possui o intelecto do Dr. Brown, mas representa o olhar do público: é ele quem precisa tomar decisões, usar argumentos, lidar com as consequências e mover as peças para colocá-las no lugar certo.
Na série, podemos listar diversos momentos em que os companions tiveram um papel fundamental para salvar o mundo, seja ajudando diretamente o Doutor ou, em alguns casos, utilizando a experiência adquirida durante as viagens para agir sozinhos e fazer a coisa certa.
Apenas para citar alguns exemplos: Sally Sparrow, em “Blink”, enfrentou os Weeping Angels e garantiu que a TARDIS voltasse ao Doutor; Martha Jones percorreu o mundo em The Last of the Time Lords, contando a história do Doutor e organizando as pessoas para dizerem seu nome no momento exato; Donna Noble foi a peça-chave para que o Doutor e todos os seus aliados derrotassem os Daleks em Journey’s End. Mais recentemente, em “73 Yards”, Ruby Sunday usou o que aprendeu ao lado do Doutor para impedir que um político com tendências homicidas chegasse ao poder, salvando a Inglaterra — e, potencialmente, o mundo.
Rever De Volta para o Futuro depois de tanto tempo é como entrar no DeLorean e correr em direção a um passado cheio de nostalgia. Melhor ainda é entender como o filme pavimentou o caminho — e talvez o de muitas outras pessoas — para apreciar ainda mais Doctor Who. Tanto o filme quanto a série mostram que viajar no tempo é incrível, mas também nos lembram de como nossas escolhas moldam o futuro. No fim das contas, talvez cada um de nós seja um pouco como os companions desses Doutores — tentando fazer a coisa certa, mesmo quando tudo parece barra pesada... ou meio wibbly wobbly timey wimey demais.
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